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“O anjo Gabriel saúda a Virgem assim: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo». Ele não a chama pelo nome, Maria, mas com um novo nome, que Ela não conhecia: cheia de graça! Mas pensemos no assombro de Maria: só então Ela descobriu a sua identidade mais verdadeira. Com efeito, chamando-a com aquele nome, Deus revela-lhe o seu maior segredo, que antes Ela ignorava. Algo análogo pode acontecer também conosco. Em que sentido? No sentido que inclusive nós, pecadores, recebemos um dom inicial que encheu a nossa vida, um bem maior do que tudo, recebemos uma graça original. Falamos muito do pecado original, mas também recebemos uma graça original, da qual muitas vezes não estamos conscientes. De que se trata? Em que consiste esta graça original? Foi o que recebemos no dia do nosso Batismo, pois aquela data é o dia da grande graça, de um novo início de vida. Naquele dia Deus desceu sobre a nossa vida, e tornámo-nos seus filhos amados para sempre. Eis a nossa beleza original, pela qual nos devemos regozijar! Hoje, Maria, surpreendida pela graça que a tornou bela desde o primeiro instante de vida, nos leva a admirar-nos com a nossa beleza. Podemos captá-la através de uma imagem: a da veste branca do Batismo. Esta nos recorda que, por trás do mal com que nos manchamos ao longo dos anos, em nós existe um bem maior do que todos aqueles males que nos aconteceram. Ouçamos o seu eco, ouçamos Deus que nos diz: “Filho, filha, eu o amo e estou sempre com você, você é importante para mim, a sua vida é preciosa!”. Quando as coisas não correm bem e desanimamos, quando nos sentimos abatidos e corremos o risco de nos sentirmos inúteis ou errados, pensemos nisto, na graça original. Deus está ao nosso lado, Deus está comigo desde aquele dia. Reflitamos sobre isto!
(Angelus de 8 de dezembro de 2022)
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