Deus me protejaim e da maldade de ge de mnte boa. Chico César

Deus me protejaim e da maldade de ge de mnte boa. Chico César
É aqui onde eu me escondo do vento, me abrigo da chuva, invento canções pra passar o tempo e deixo a brisa me levar. Aqui eu conto histórias, revivo memórias, me espreguiço em lençóis antigos, carregados de saudade, escrevo poesia num papel de pão. Aqui eu fiz um canteiro com minhas flores preferidas, pendurei vasinhos verdes com ramas mais verdes ainda. Tem onze horas abertas, fumaça de café fresco e uma rede pra balançar. Aqui é o meu canto, meu mundo, meu remanso. Este é o meu lugar. -Eunice Ramos.

sábado, 20 de abril de 2024

 

Quando foi que a gente desaprendeu a sonhar?
Quando foi que a gente anuviou o olhar e parou de contar estrelas, plantar roseiras, ver borboletas no jardim?
Quando foi que a gente se engessou e não soube mais desenhar na areia, rabiscar o chão, as paredes, pintar primaveras?
Quando foi que a nossa voz se calou, o nosso canto adormeceu e a gente soltou a mão, saiu da ciranda, encerrou a brincadeira?
Onde foi que a gente se perdeu? Em quais esquinas a gente se perdeu?
Onde ficaram os dias de chuva, a cerca florida, a terra molhada, o namoro no portão?
Onde se esconderam os suspiros, a canção que vinha de longe, os verões intermináveis?
Quando foi que a gente desaprendeu a sonhar?
E fechou a janela.
E escureceu a paisagem.
E esqueceu como é que se escreve sau-da-de.
Quando foi que a gente deixou de viver, desaprendeu a respirar, se aprisionou nas urgências, na pressa dos dias?
Quando foi que a gente deixou de viver? Viver de verdade...
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Eunice Ramos

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