Deus me protejaim e da maldade de ge de mnte boa. Chico César

Deus me protejaim e da maldade de ge de mnte boa. Chico César
É aqui onde eu me escondo do vento, me abrigo da chuva, invento canções pra passar o tempo e deixo a brisa me levar. Aqui eu conto histórias, revivo memórias, me espreguiço em lençóis antigos, carregados de saudade, escrevo poesia num papel de pão. Aqui eu fiz um canteiro com minhas flores preferidas, pendurei vasinhos verdes com ramas mais verdes ainda. Tem onze horas abertas, fumaça de café fresco e uma rede pra balançar. Aqui é o meu canto, meu mundo, meu remanso. Este é o meu lugar. -Eunice Ramos.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

 


Guardei dentro de mim as cores daqueles dias, pra que eu pudesse colorir meu caminho toda vez que o céu mudasse de cor.

O cheiro fresco do capim orvalhado ainda está nos meus pulmões.
Era bonito ver o sol se levantando e a vida acontecendo, e eu, namorando as flores, não percebia a aspereza dos dias que, para mim, eram eternos.
As cercas com flores miúdas, num caminho de capim baixo, levava ao pequeno riacho, onde tantas vezes me banhei. Tinha gosto de vida aquele lugar.
Havia sonhos no varal, luas, vaga-lumes e estrelas, colhidos nas noites quentes.
As panelas sobre o fogão, o cheiro do feijão de mãe, o pai na curva da estrada, diziam que era hora de matar a fome, e rir com os irmãos, e saciar a alma.
Eram tempos áridos aqueles, mas como poderia haver tristeza, se o céu azulado era a coisa mais bonita de se vê?
Eu ainda estou lá, na beira do rio, com o pé fincado na areia molhada, olhando as folhas que as águas levam.
Há canção de vento dentro de mim.
Eu ainda estou lá.
Eunice Ramos

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